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Chuva, emoção e polêmica marcaram os Ensaios Técnicos deste sábado (19)

por Sintonia
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O segundo final de semana de ensaios técnicos no Anhembi trouxe seis grandes escolas da Capital, que disputam lado a lado o título de campeã no Carnaval. Pérola Negra (Que disputa o grupo de acesso 1) Mocidade Alegre, Tom Maior, Mancha Verde, Rosas de Ouro e Vai Vai desfilaram sobre  forte calor e muita emoção dos componentes.

Abrindo os ensaios deste sábado (19), a Escola de Samba Pérola Negra ( acesso 1), mostrou ao público a força de seus componentes e cantou alto a força da agremiação com o enredo “Da majestosa África, tu és negra mulher guerreira e verdadeira Pérola Negra.”. O forte calor dos apaixonados pelo samba, causou um pequeno incidente na Ala das Baianas quando uma das componentes passou mal, mas o fato não atrapalhou a boa evolução da escola e com o sol ainda marcando presença para iluminar, a escola da Vila Madalena encantou a todos com o som da bateria Swing da Madá sob o comando do Mestre Fernando Neninho.

Contando com a superação, o grande número de componentes mostraram que a escola vem para brigar por boas posições neste Carnaval. A empolgação e a grande presença da comunidade pegou de surpresa até mesmo a Presidente Sheila Mônaco É difícil doutrinar todo mundo, mas aos poucos vamos conseguir.  Eles precisam cantar, precisam evoluir, senão não ganhamos o Carnaval. Hoje em dia, não é mais carro alegórico, não é mais fantasia que ganha um Carnaval, mas é evolução, é canto, na verdade é um conjunto.” – Enfatiza a Presidente ao encerrar o ensaio com sabor de dever cumprido.

A Mocidade Alegre foi a segunda escola entrar na avenida, e mais uma vez mostrou harmonia e cumplicidade entre todos seus componentes. No quesito evolução, alegria e comprometimento já é campeã. A Mocidade deixou claro que a comunidade é o combustível para levantar a arquibancada, com sorrisos fáceis e simpatia, cada ala da escola fez o enredo ecoar por todos os cantos dando um show à parte com balões e a ótima coreografia, colorindo de verde, vermelho e branco toda a avenida. O enredo “Ayakamaé – As Águas Sagradas do sol e da lua” deu o brilho final ao público empolgado e fez o clima esquentar ainda mais na passagem da escola. Mesmo a Presidente Solange Cruz  não nos passando uma análise mais crítica, saiu com a satisfação de saber que a comunidade mostrou sua identidade e encantou quem veio aos ensaios “Vou assistir o ensaio, neste momento em que a gente participa não consigo fazer esta análise. Mas consegui ver a alegria do componente, a felicidade transbordando das pessoas, todo mundo cantando com muita vibração, com muita energia. Todo mundo esperava este momento, o sambista espera pelo ensaio técnico, estou feliz pela minha comunidade estar feliz, isto já me basta!” – concluiu a Presidente.

O tom da emoção ficou por conta dos componentes da escola Tom Maior ao finalizar o ensaio na avenida. O grande número de componentes animados com o enredo “Penso… logo existo – As interrogações do nosso imaginário em busca do inimaginável” mostrou que a escola mesmo com as dificuldades é união ao entrar na Avenida. O ensaio técnico trouxe um grande alívio para a Presidente Luciana Silva Cada Escola tem sua característica e a nossa é a emoção e garra, o fato de não termos quadra traz isso. Ensaiamos cada hora em um lugar, uma hora na quadra e outra na rua, então, há tantas dificuldades que quando todo mundo se reúne tem essa coisa de estamos juntos pra lutar e mostrar o que a gente fez ao trabalhar alas isoladas. Então fazemos ensaios isolados, quem está na zona leste é na zona norte, ficando difícil pro pessoal vir durante a semana. Quando nos juntamos é emoção e amor que se traduz. A tendência é aumentar.” – Engrandece a Presidente a perseverança de suas alas nos ensaios que antecedem o Carnaval . O grande destaque da escola ficou com a Bateria Tom 30 do Mestre Carlão, que afinada abusou das bossas e da sincronia na cantoria para levantar o público e o astral da escola.

Sendo a quarta escola entrar na avenida, a Mancha Verde trouxe uma fortíssima Comissão de Frente, que poderosa como o orixá que a comandava fez os olhos, a encanto e as palmas do público regerem um ensaio cheio de axé. Evocando os orixás e suas correntes, a escola saudou a guerreira negra e seus componentes deram um show de coreografia e cores, aproveitando toda a iluminação técnica do sambódromo para fazer vibrar o ensaio da escola. A bateria além de promover uma paradinha no recuo contou com  o glamour e o carisma da rainha da bateria Viviane Araújo.

Depois de um intenso calor, a chuva que caiu no Sambódromo atrasou a entrada mas não tirou o ânimo da Rosas de Ouro. A Roseira com o enredo “Viva Hayastan”, encantou o público com a força do povo armênio e seus componentes lembram que é em tempos difíceis que se alcança a glória. A maestria ficou por conta da perfeita execução da bateria do Mestre Rafael, com o tom ritmado, ela ficou muito à frente de todas as escolas que passaram pela avenida na noite deste sábado. O refrão entoado por todo o público, foi acompanhado de instrumentos leves e que equalizados eram perceptíveis aos ouvidos mais experientes e os timbres dos instrumentos pesados foram o diferencial do ensaio.

Trazendo um belo enredo, paixão na animação com grande público e resistência, A Vai Vai é sempre uma forte candidata ao título, mas mesmo com as bênçãos da chuva para lavar a alma do Quilombo do Povo, a tradicional Escola de Samba encerrou seu ensaio e a bela noite no Sambódromo com uma polêmica. Circulou nas redes sociais um vídeo com cenas de agressão de um dos Diretores da Escola a  uma das mulheres da agremiação. O vídeo causou indignação entre a comunidade da escola e de outras agremiações do Carnaval de São Paulo, onde várias manifestações vieram à público na busca de punição ao componente.

A violência contra à mulher é prevista na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) e está em debate e conscientização em um momento social e político que vivemos no Brasil e no Mundo. Cenas como estas vão na contramão dos discursos entoados pelas Escolas neste Carnaval. Lutando contra o preconceito, exaltando a força da mulher e não violência, atitudes como estas não podem ser toleradas, e em nota, a escola não divulgou o nome dos envolvidos, mas afirma repudiar qualquer ato de violência e covardia praticados e afastou o componente.

Confira as considerações das Presidentes das Agremiações Pérola Negra, Mocidade Alegre e Tom Maior sobre o ensaio das suas escolas:

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