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Sessão de “sambeiros” na Câmara Municipal

por Sintonia
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A ala dos vereadores na Câmara Municipal de São Paulo andou “atravessando” o samba no início de maio. Em duas sessões plenária, o Sambódromo do Anhembi, foi alvo por discussões de projeto de lei diferentes: Privatização e Mudança do Nome. Palco da maior festa do carnaval na cidade paulistana, o Sambódromo do Anhembi – que necessita de muito mais atenção em melhorias e manutenção vindas do poder público – vai ficando cada vez mais distante dos sambistas, das comunidades das escolas de samba e do povo.

Na sessão do dia 02, os vereadores aprovaram em votação definitiva, o projeto de lei que define as novas regras construtivas do Complexo do Anhembi, na zona norte da capital paulista. Com isso, a Prefeitura está liberada para privatizar o espaço de eventos, que inclui o centro de convenções, pavilhões de exposições e o sambódromo. A expectativa é de que isso ocorra até setembro.

O texto foi aprovado por 41 votos a favor e 11 contras e agora seguirá para a sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB). O projeto aumenta em até 68{69386ad192db6c447fd6d404a6ebc86b266e8745e05dbe7a07c3f2a4a8f32d21} o potencial construtivo da área (os limites de verticalização), que tem 400 mil metros quadrados. Ao todo, os compradores da área poderão construir 1,68 milhão m² no complexo, ante 1 milhão que era permitido pelo Plano Diretor da cidade.

Em setembro do ano passado, quando o projeto que autorizava a venda do Anhembi estava em discussão na Câmara, o ex-prefeito João Doria cedeu à pressão da bancada evangélica e incluiu no texto artigo que reserva o sambódromo paulistano 75 dias por ano para eventos de carnaval e religiosos. O texto foi aprovado em definitivo em dezembro, mas o leilão do complexo de eventos ficou dependendo da aprovação de outro projeto com as regras construtivas.

Com a aprovação definitiva, os evangélicos que tanto criticavam o Sambódromo referindo-se ao espaço como “templo da perdição”, agora vão ter direitos a 30 dias por ano, para fazerem seus cultos e eventos a “fé” deles. Um contexto que vai na contramão do objetivo a qual o espaço foi destinado.

Com pressa de colocar à venda o Anhembi, o prefeito Bruno Covas sancionou a lei no dia seguinte a aprovação na Câmara. Entretanto, Covas afirmou que os novos “donos” do Anhembi não poderão modificar a estrutura do Sambódromo. Será?

A outra discussão na sessão da Câmara Municipal, que envolveu o Sambódromo, foi o Projeto de Lei do vereador Toninho Paiva (PR) dispõe sobre a alteração da denominação do Polo Cultural e Esportivo Grande Otelo para Polo Cultural e Esportivo Adoniram Barbosa.

No ritmo da troca de seis por meia dúzia, pois as homenagens a Otelo e Adoniram já existem de fato uma vez que o nome Polo era Otelo e da pista Adoniram. Dois expoentes das artes que ilustram o tão cobiçado Sambódromo do Anhembi.

Porém, o que não dá para entender é o enredo da venda do Anhembi e as justificativas do antigo prefeito Dória e do atual Covas, para tal. Pois segundo eles, o equipamento e toda sua estrutura dão prejuízos aos cofres públicos da cidade.

No entanto, pois de acordo com o estudo do Observatório de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo, estima-se que o Carnaval Paulistano movimente cerca de R$ 278,6 milhões somente com gastos de turistas e paulistanos, sendo R$ 181 milhões com o carnaval de rua e R$ 97 milhões com o Sambódromo. Isso sem citar os dados estatísticos das feiras e os eventos de exposição. Um contraponto de duas vias do então antigo e atual prefeito!

Valdir Sena – Jornalista, radialista, cronista de carnaval e editor da Rádio Sintonia de Bambas.

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