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Vila Maria recebe a visita de sua musa na Fábrica do Samba

por Sintonia
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Nascida e criada dentro da quadra da Grande Rio, a passista Marisa Furacão chega à Escola Unidos de Vila Maria com a promessa de muito samba no pé e mostrando que a união entre as duas maiores Capitais do Carnaval, não deixará o samba morrer.

Os preparativos para um excelente Carnaval em 2019, já estão a todo vapor nas Escolas de Samba do Grupo Especial de São Paulo. Contando com reforços de toda parte do Brasil, São Paulo fortalece a imagem de um desfile organizado e de uma cidade que respira cultura popular.  A  Equipe Sintonia de Bambas bateu um papo descontraído na última quinta-feira (15) com Marisa Furacão, passista da escola de Duque de Caxias do Rio de Janeiro, a Grande Rio. A passista que se preparava para conhecer a estrutura da Unidos da Vila Maria na Fábrica do Samba, localizada no bairro da Barra Funda da Capital Paulista, contou um pouco da expectativa e das diferenças que encontrou entre o Carnaval carioca e o paulistano, e ainda mostrou preocupação com a atual posição dos políticos do Estado do Rio de Janeiro ao negligenciar a maior riqueza cultural da nossa história.

O carnaval carioca ainda é o cartão postal do samba no Brasil, a Marquês de Sapucaí traz na sua trajetória grandes escolas e sambistas que movimentam o mercado do turismo e da empregabilidade aos moradores da cidade. Desde 2018 sofre uma turbulenta crise, com escândalos políticos e a mistura de intolerância religiosa que afeta e muito o mundo do Carnaval.

 Marisa está na Grande Rio há 20 anos, e em 2014 conquistou o Estandarte de Ouro. E como sua família têm laços muito fortes com a Escola e o legado do Carnaval do Rio.  Convidada para desfilar pela Unidos da Vila Maria,  comenta que amou a receptividade dos paulistanos. E que uma das coisas que mais lhe chamou à  atenção no Carnaval de São Paulo é o imenso respeito, a ritualidade ao  Pavilhão das Escolas.  Encantada, agradeceu ao convite da Unidos de Vila Maria para desfilar, e afirmou, que toda a  Grande Rio está ansiosa para em breve fazer uma nova visita à Capital. 

Emocionada, Marisa falou dos fins dos ensaios técnicos no Rio, muitos  moradores  sobrevivem do Carnaval, e não conseguiram outra fonte de renda,  e que toda a crise gerada vem espantando os turistas do Brasil e do Mundo. Este episódio triste traz muito desconforto e tristeza para quem realmente faz e prestigia o Carnaval. “Até me arrepio quando falo sobre isso, pois a gente que é da raiz do samba está muito triste. Minha irmã não é só diretora de ala, ela confecciona as fantasias. Nós vivemos do Carnaval! Os ensaios técnicos são as  festas do povo !!!, Nosso camarote. Levamos lanches e bebidas, pois não se tem como pagar pelo ingresso. Eu conheci o Carnaval e a próxima geração?” – complementa Marisa.

Construída em 2006, pelo então prefeito Cesar Maia, a Cidade do Samba fica no bairro do Gamboa no Rio, e recebe além dos barracões das Escolas de Samba, exposições e eventos que próximos aos desfiles de Carnaval se movimenta ainda mais com a chegada de turistas que querem ver de perto a magia do samba, mas sentiu os efeitos desta crise que se instalou pelo Estado. “A Cidade do Samba está como uma cidade fantasma. Não sei como será, os barracões ficavam com as portas abertas esperando os turistas, hoje, somente as grandes escolas ainda mantêm estas funções.” – comenta  Marisa com muita tristeza – Ela conta ainda, que até mesmo o mercado de cruzeiros marítimos foi afetado, pois existe uma grande preocupação se o evento acontecerá ou não, com a mesma alegria e qualidade dos anos anteriores.

A atual situação e o gerenciamento da cidade, envolvendo velhos preconceitos religiosos e a corrupção fez com que as verbas fossem cortadas prejudicando ainda mais o mundo do samba. Os discursos de ódio que tomaram conta das redes sociais nas eleições presidenciais, também deixam um futuro incerto aos amantes desta grande festa, mas parcerias como a Grande Rio e a Unidos da Vila Maria mostram que não sufocaram o som do povo do Carnaval. E que muito mais que folia, esta grande festa popular é produtora de renda familiar, traz desenvolvimento cultural e social para uma Nação já tão marginalizada e que sofre com o preconceito racial há muitos séculos.

Preocupada, Marisa Furacão, faz um apelo aos governantes, ouça o recado da Passista:

 

Por : Josy Dinorah

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