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Lava-pés e o respeito a quem fez história!

por Sintonia
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Não cabe a nós, controlar o tempo. O que nos cabe é respeitar a memória daqueles que fizeram história através dos tempos. E num trocadilho mal-intencionado, a Secretaria da Cultura do Município de São Paulo “perdeu o tempo do saber” ao permitir a montagem de um palco para um show do Festival Cultura Greek e da Associações Nipo-brasileiras em cima da Estátua que homenageia a Madrinha Eunice. Personagem, que através dos tempos, é uma dos símbolos da cultura do Carnaval Paulistano.

Entretanto, o mesmo que compreendamos a importância de todas as manifestações culturais, não aceitamos uma afronta desrespeitando ao samba e a ícones protagonistas da nossa cultura popular. Não podemos aceitar que a escultura de Madrinha Eunice seja desprezada, ocultada e escondida.

Para quem não sabe, a sambista e ativista do movimento negro, Deolinda Madre ficou conhecida como Madrinha Eunice por batizar dezenas de crianças na região do bairro da Liberdade, antigo reduto do povo negro. É por isso, que estátua dela não está ali à toa. Mas com o significado do ‘Lava-pés’ e respeito de quem fez história no samba.

A matriarca saiu de Piracicaba aos 12 anos para viver em São Paulo, no Bairro Liberdade. Ali, fundou a Escola de Samba Lavapés (hoje Lavapés Pirata Negro), entidade com mais de 80 anos de existência. Esta escultura faz parte do projeto do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), pela grandeza e altivez de Madrinha Eunice.

Por sua importância e por ser simbólico para a comunidade negra, o local foi o escolhido para a instauração da obra, a primeira a ser instalada ali em homenagem a personalidades negras na região originários do povo preto na cidade de São Paulo. A obra faz parte do projeto do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), da Secretaria Municipal de Cultura, que homenageia personalidades negras da cultura paulistana. As criações também foram feitas por artistas negros. A escultura de Madrinha Eunice foi produzida por Lídia Lisboa, criadora de um trabalho de ação sociopolítica.

Valdir Sena – Jornalista, radialista, pesquisador e cronista de Carnaval.

(sic) Na linha do tempo, no mês de setembro dos dias 16 a 23 é comemorado o Festival dos Aflitos, com missas na Igreja dos Aflitos na Liberdade, com danças e outras atividades folclóricas no beco de acesso a Capela das Almas Aflitas. O evento celebra a memória dos 202 anos de Francisco José Chagas o “Chaguinha”. No dia 17 o evento celebrado é com a chegada dos Tambores de “Chaguinha”, manifestação que deveria partir da praça da Liberdade diante da estátua da Madrinha Eunice. Mas foi impedido pela Prefeitura em razão do evento produzido pela Associação Nipo-brasileira realizado na mesma praça Liberdade.

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