Nenê de Vila Matilde aposta na releitura de Enredo de 97: Narciso Negro

Uma das maiores e mais tradicionais Escolas de Samba Paulsitana, a Nenê de Vila Matilde, entrou na Avenida, no domingo (17), com uma releitura do Enredo “Narciso Negro” como aposta para conquistar o título e retornar ao Grupo de Acesso I.

Dona de 11 títulos no Grupo Especial do carnaval paulistano, a Escola de Samba do Largo do Peixe é um patrimônio cultural do samba brasileiro e desfilando pela primeira vez no Grupo de Acesso II traz uma releitura de um dos seus mais importantes Enredos. Com “Narciso Negro, a Escola do “Seu Nenê” pretende fazer a Àguia retomar o seu  lugar no Grupo de Acesso I e com elegância e imponência voar rumo ao Grupo Especial em breve.

Nascida em 1949, a Nenê de Vila Matilde foi a primeira Agremiação a elaborar um samba enredo, e foi a única Escola de Samba paulistana a desfilar no Rio de Janeiro. A Nenê adquiriu uma identidade negra colocando na Avenida, ao longo de sua história, a oralidade da vida do povo negro, seu modo de ver o mundo e suas experiências diante de uma sociedade discriminatória e fadada ao esquecimento histórico baseado nos preconceitos raciais. 

A apresentação do Enredo “Narciso Negro” em 2022 é uma releitura contemporânea e assinada pelo Carnavalesco Fábio Gouveia, ganhando o Anhembi por 50 minutos retratou como o lugar de fala do negro é uma crescente e ascendente no quilombo do samba e da vida. O Enredo de 1997 é visto pelos integrantes da Escola como um dos principais temas que remetem à ideia de “ser negro” apresentando a principal característica da Escola no Carnaval , o samba de chão. Não se restringindo aos títulos , a Nenê de Vila Matilde ainda é um grande reduto de negritude paulistana, e independente do pavilhão defendido, todos são unânimes em afirmar que a Escola é resistência e luta que emociona e contagia quem faz Carnaval no Brasil.